quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Revascularização do miocárdio




INDICAÇÕES CIRÚRGICAS


O Quadro I sumariza as indicações para a cirurgia de revascularização miocárdica. Quadro I - Indicações para cirurgia de revascularização do miocárdio.



  • Pacientes muito sintomáticos que apresentem intolerância aos medicamentos usados no tratamento.

  • Alívio de quadro anginoso não controlado por terapêutica medicamentosa máxima, especialmente quando há comprometimento da qualidade de vida do paciente.

  • Pacientes que apresentem lesões importantes que não sejam passíveis de tratamento com angioplastia e/ou com a colocação de stent.

  • No infarto agudo do miocárdio, para revascularização precoce e limitar o tamanho do infarto; na angina persistente pós-infarto, para tratar outras lesões que não sejam as causadoras do infarto; no tratamento das complicações do infarto (ex: CIV, insuficiência mitral aguda, ruptura da parede ventricular) e no choque cardiogênico.

  • Na angina instável e no infarto sem Q, após terapêutica médica máxima, especialmente em a esquerda, portadores de valvopatias associadas, portadores de lesões vasculares associadas, pacientes em fase aguda do infarto do miocárdio, pacientes com complicações pós-infarto como comunicação inter-ventricular e insuficiência mitral aguda, pacientes com disfunção grave do ventrículo esquerdo).

Indicações em portadores de oclusão carotídea


A maioria dos acidentes vasculares cerebrais que surgem no período per-operatório da cirurgia de revascularização miocárdica parecem ser de origem embólica. As embolias podem ser tanto causadas por liberação de bolhas de oxigênio na máquina de extracorpórea como pelo desprendimento de êmbolos originados no coração e nas artérias carótidas. As indicações para operações simultâneas carótidas/coronárias são a doença carótida bilateral, a doença carotídea sintomática em pacientes portadores de angina instável, naqueles com obstrução de tronco de coronária esquerda, ou portadores de doença difusa de vasos múltiplos. Procedimentos separados estão recomendados para pacientes portadores de angina estável e lesões carotídeas sintomáticas, e para procedimentos especiais e de grande dificuldade de revascularização da carótida. A cirurgia de revascularização miocárdica isolada pode ser realizada sem maior grau de risco em pacientes portadores de sopro cervical assintomático, obstrução carotídea leve ou moderada, e em casos de angina instável em pacientes com acidente vascular cerebral prévio (apesar de que nesta última situação o risco de lesão cerebral pós-operatória pode estar aumentado). Quando possível, a cirurgia carotídea deverá preceder a revascularização miocárdica.


Indicações cirúrgicas em lesões isoladas


Em situações de lesão isolada de artéria coronária direita ou da artéria circunflexa, a avaliação de cada caso deve ser feita em separado; em situações nas quais a artéria seja de grande importância, irrigando área extensa do miocárdio, e com lesões que não sejam passíveis de tratamento em laboratório de hemodinâmica, poderá estar indicada a cirurgia de revascularização miocárdica.


PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO


Medicação pré-operatória:
Grande parte dos pacientes no pré-operatório está em uso de:



  • Bloqueadores de canais de cálcio

  • Beta-bloqueadores

  • Vasodilatadores coronarianos (orais ou por via intravenosa)

  • Aspirina (ou outro antiadesivo plaquetário)

  • Anticoagulante (heparina ou dicumarínico)

  • Digital.

Os beta-bloqueadores devem ser mantidos até o momento da cirurgia; é sabido que o propranolol diminui a incidência de arritmias ventriculares no per-operatório e, em doses pequenas e moderadas (não superiores a 160 mg/dia) não ocorre comprometimento da função ventricular. Caso o paciente esteja em uso de dose de propranolol superior a esta, deverá ser hospitalizado previamente e a dose reduzida para 160 mg/dia.


A aspirina, ou outro medicamento com ação antiadesiva plaquetária, deve ser suspensa cerca de 7 a 10 dias antes da cirurgia, para diminuir a possibilidade de sangramento.


A digoxina deve ser suspensa 1 a 2 dias antes da operação, à não ser em casos de fibrilação atrial com resposta ventricular rápida.


Diuréticos devem ser suspensos 48 horas antes da cirurgia.


Anticoagulantes orais devem ser suspensos de 7 a 10 dias antes da data da operação; a heparina deve ser suspensa pelo menos 4 horas antes da cirurgia.


Outros medicamentos em geral podem ser mantidos, de acordo com a necessidade individual do paciente.


O Quadro II mostra a prescrição pré-operatória usual.


Quadro II - Prescrição pré-operatória



  • Dieta suspensa por no mínimo 6 horas (recomendável 8 horas) .

  • Tricotomia axilar, pubiana e dos membros inferiores na manhã da cirurgia.

  • Pesar e medir o paciente.

  • Antissepsia no local das incisões com PVPI degermante iniciando no dia anterior à operação

  • Controle da glicemia (glicoteste) desde a noite anterior à operação, com prescrição de insulina se necessária.

  • Prescrição de rotina pré-anestésica à cargo do anestesista; a sedação do paciente é muito importante, uma vez que o excesso de catecolaminas circulantes poderá provocar um infarto do miocárdio em paciente com quadro de angina instável.

  • Suspensão do digital 24 a 48 horas antes da operação.

  • Suspensão de diuréticos 48 horas antes da operação.

  • Betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio, anti-hipertensivos e nitratos são mantidos até o momento da cirurgia (ver acima para observações acerca da dosagem de beta-bloqueadores).

  • * Usar tonsura ** Procedimento realizado em alguns locais.

O preparo usual do paciente na sala de operação constitui de: (Quadro III abaixo):


Quadro III - Preparo do paciente adulto no ambiente operatório


- Antes da anestesia geral



  • Cefalosporina de primeira geração (Cefazolina -Kefazol - 2 g ou Cefalotina -Keflin- 2 gramas, por via intravenosa) no momento da chegada do paciente ao bloco cirúrgico; repetimos o antibiótico a cada 3 horas (Cefazolina) ou 2 horas (Cefalotina).

  • Monitorização eletrocardiográfica - colocamos os eletrodos do ECG em locais que não atrapalhem a manipulação cirúrgica; devem ser bem fixados para não se soltarem durante o ato operatório .

  • Monitorização com oxímetro de pulso.
    Introdução de cateter venoso central por punção de veia jugular interna ou subclávia; caso a punção se revele muito difícil, tem-se a opção de dissecção venosa. Conectar a linha venosa a um transdutor para medida da PVC.

  • Introdução de cateter de Swan-Ganz em pacientes previamente escolhidos (baixo débito, infarto recente, complicação de angioplastia, disfunção ventricular grave, etc). Conectar o cateter a um transdutor.

  • Caso o paciente se apresente em baixo débito ou se antevejam complicações na retirada do paciente de circulação extracorpórea, realizar introdução pré-operatória de cateter-balão intraórtico por punção de artéria femoral.

  • Punção de uma veia periférica em membro superior com Jelco Ó calibroso (número 16).

  • Punção (de preferência) ou dissecção de artéria em membro superior, para medida contínua da pressão intrarterial - a artéria mais usada é a radial. Utiliza-se um Jelco para canular a artéria. Conectar a um transdutor.

- Após a anestesia geral:



  • Passagem de termômetro esofágico (sempre) e retal (se necessário).

  • Passagem de sonda uretral de demora (Foley).

  • Lavar todos os locais de incisão cirúrgica (tórax, membros) com PVPI degermante a 10% por 10 minutos; aplicar PVPI tópico e deixar secar por 2 a 3 minutos.

Para se ter um bom resultado final, alguns preceitos de planejamento da cirurgia devem ser seguidos (Quadro V - abaixo):


Quadro IV - Planejamento cirúrgico



  • O planejamento da cirurgia deve ser cuidadosamente realizado, com base na cinecoronariografia do paciente.

  • Objetivar a revascularização mais completa possível em cada caso (estenoses acima de 50% devem ser abordadas), om exceção de coronárias que apresentem diâmetro inferior a 1 mm) .

  • Em casos de ser ter mais de 5 lesões, pelo menos uma ponte seqüencial deve ser colocada; em casos de 3 ou menos lesões, a preferencia é por pontes individuais

  • Uso rotineiro da artéria mamária interna para a artéria coronária descendente anterior (à menos que exista um problema de ordem técnica que inviabilize este uso) .

  • Uso de técnica de implante bilateral de mamária em todos os pacientes com menos do que 65 anos que não sejam obesos, diabéticos, ou que apresentem disfunção ventricular grave

  • Uso de outros condutos arteriais, como a artéria gastroepiplóica, artéria epigástrica inferior, e artéria radial.

  • Evitar o uso de clampeamento aórtico parcial para as anastomoses venosas proximais, dando preferência à técnica de clampeamento único (risco de se soltarem êmbolos da aorta ascendente).

  • Em presença de uma aorta ascendente muito calcificada, dá-se preferência à realização das anastomoses sem clampeamento aórtico, com o coração sendo fibrilado.

  • Realização de anastomoses sem circulação extracorpórea em certas situações.

  • Uso de técnicas de cardioplegia sangüínea normotérmica e de infusão da cardioplegia em seio coronário, de acordo com cada caso - a infusão de cardioplegia sangüínea contínua é importante na preservação do miocárdio isquêmico, reduzindo as complicações em pacientes de alto risco.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Fonte da pesquisa

http://cientifico.cardiol.br/

O ATAQUE DO CORAÇÃO



Sinônimos e Nomes Populares

O termo dos médicos para ataque do coração é Infarto do Miocárdio. Enfarte do miocárdio, doença isquêmica do coração, obstrução das coronárias, crise cardíaca. No nosso meio, o termo mais usado é infarto.

O que é?

O infarto do miocárdio se dá quando o suprimento de sangue a uma parte do músculo cardíaco é reduzido ou cortado totalmente. Isso acontece quando uma artéria coronária está contraída ou obstruída, parcial ou totalmente.

Com a supressão total ou parcial da oferta de sangue ao músculo cardíaco, ele sofre uma injúria irreversível e, parando de funcionar, o que pode levar à morte súbita, morte tardia ou insuficiência cardíaca com conseqüências desde severas limitações da atividade física até a completa recuperação.

Angina do Peito

A angina do peito apresenta-se sob duas formas, a estável e a instável.

Tanto a instável como a estável têm manifestações ou sintomas semelhantes aos do infarto do miocárdio. Elas podem evoluir para um infarto do miocárdio quando não tratadas.

A angina do peito estável se diferencia do infarto por algumas das características abaixo:

Duração da dor - geralmente é de mais curta duração, se durar mais do que 15 minutos provavelmente se trata de infarto.
A dor surge com o esforço e passa com a parada, com o repouso.
As manifestações paralelas não costumam ser tão intensas como no infarto.
A dor ou opressão retroesternal passa com o uso de comprimidos sublinguais de nitro derivados. Se a dor não ceder provavelmente se trata de um infarto.

Os sintomas da angina de peito estável variam de pessoa para pessoa, mas, num mesmo indivíduo, costumam ser semelhantes, e num mesmo indivíduo costumam ter os seus fatores desencadeantes bem conhecidos, como fazer força, caminhar no vento frio, subir escadas, atividade sexual, e outras.

Os sintomas da angina de peito instável costumam surgir em repouso ao levantar pela manhã, e são de aparecimento súbito, com dores e desconforto moderado a severo, evoluem rapidamente para um estágio em que há um aumento no desconforto e na dor, tanto na intensidade como severidade.

Alerta!

A angina de peito pode ser considerada uma dor amiga, uma manifestação desagradável, mas que avisa estar acontecendo algo de errado e grave com o coração, fazendo com que a pessoa atingida procure recurso médico antes que a doença se agrave.

Sinais de Alarme

Os mais comuns são
:

Pressão e desconforto, dor em aperto no centro do peito que dura mais do que alguns minutos ou que vai e volta.
Dor do centro do peito que irradia para os ombros, queixo, pescoço e braços, mais freqüentemente para o braço esquerdo.
Desconforto no peito com sensação de cabeça leve, sensação de desmaio, suores e falta de ar.

Os menos comuns são:

Dores atípicas, vagas, na boca do estômago, peito ou barriga.
Náusea ou vômitos sem dor no peito.
Respiração curta ou dificuldade de respirar, mesmo sem dor no peito.
Ansiedade inexplicável, fraqueza ou fadiga.
Palpitações, suores frios ou palidez, que às vezes vão e voltam.

Curiosidades

Nos homens a dor pré-cordial é o sintoma mais freqüente, já nas mulheres o cansaço e fadiga extrema são os sintomas mais encontrados.

Nas mulheres é mais freqüente sentir náuseas, dores no epigástrio, ou nas costas, pescoço ou queixo.

Muitas vezes, sintomas outros que não a dor, são sentidos já há muito tempo antes do infarto ocorrer.

A intensidade da dor do infarto varia muito de doente para doente. A dor não necessita ser intensa.

A dor geralmente irradia para o braço esquerdo, mas em 15% dos atingidos irradia para o braço direito.

Muitos sintomas de doença das coronárias são ignorados pelos pacientes e também pelos médicos. Existem infartos silenciosos, que são revelados ao eletrocardiograma ou outros exames por ocasião de exames rotineiros.

Exija do seu médico que investigue a causa de seus sintomas, principalmente se pertencer a um grupo de risco.

A parte do coração que necrosar, morrer, por ocasião de um infarto não é mais viável e não produzirá sintomas como dor. Logo, enquanto o doente sentir dor resta tecido cardíaco viável que pode se recuperar por si ou com tratamentos adequados. Quanto antes esse tecido doente for tratado, maiores as chances de ser recuperado.

Se isso acontecer, se notar uma ou mais de uma das manifestações acima, não espere, vá ou chame imediatamente um serviço de emergência.

50% DAS PESSOAS QUE MORREM DE UM INFARTO O FAZEM NAS PRIMEIRAS HORAS E NÃO CHEGAM A RECEBER ASSISTÊNCIA MÉDICA

Prognóstico do Infarto do Miocárdio

O prognóstico quanto à qualidade de vida e a duração da vida após um infarto do miocárdio depende da gravidade, da extensão do infarto e de outras doenças que acompanham o paciente.

Cerca de 1 milhão e meio de pessoas sofrem um infarto nos Estados Unidos por ano. Nos últimos anos, tem aumentado a incidência de infartos em mulheres, por outro lado a sobrevida tem aumentado devido à mais eficazes meios de tratamento.

A curto prazo, o prognóstico é pior em pessoas idosas, diabéticos, portadores de insuficiência cardíaca e portadores de insuficiência renal.

A causa mais freqüente de morte em infartados é o choque que acontece em 7% dos casos. A incidência de choque não tem diminuído nos últimos anos.

O bloqueio aurículo ventricular é freqüente e pode ser tratado com marcapassos.

A longo prazo, o prognóstico, tanto para a duração quanto para a qualidade de vida, também dependem da severidade do infarto e das medidas preventivas tomadas.

Não existem testes para prever quando um novo ataque vai ocorrer. Admite-se que até 30% de novos ataques fatais e de cirurgias cardíacas podem ser evitadas com a adoção de um estilo de vida saudável e adesão ao tratamento.

Os médicos sabem que 66% dos pacientes não mudam o seu estilo de vida e não seguem as prescrições e conselhos médicos para evitar um novo infarto.


O Diagnóstico das Doenças de Coronárias

Para o diagnóstico das doenças das coronárias, existem diversos métodos a disposição do médico delimitando o quanto suas coronárias estão doentes. Alguns são feitos em consultório, outros em serviços especializados e outros ainda em hospital.

Anamnese e Exame Clínico

Denomina-se anamnese a história da doença relatada pelo paciente ou familiares. As informações colhidas pelo médico podem sugerir, com maior ou menor certeza, um diagnóstico.

Como segundo passo, o médico realiza o que se denomina o exame clinico. Os achados encontrados nessa avaliação, mais os dados da história da doença, permitem ao médico fazer uma hipótese diagnóstica ou mesmo um diagnóstico.

Para confirmar o diagnóstico, o seu médico pedirá exames complementares, que, no caso de uma doença do coração, são os que se seguem.

O Eletrocardiograma


O eletrocardiograma realizado em repouso é útil para diagnosticar arritmias, aumento de cavidades, distúrbios de condução, manifestações sugestivas de distúrbios de perfusão, de distúrbios metabólicos ou medicamentosos.

Se a história clinica do paciente for sugestiva de doença isquêmica do coração e se o eletrocardiograma de repouso for normal, deve-se prosseguir na investigação.

O Teste de Esforço

É um teste para verificar a tolerância do coração a um esforço. Realiza-se com o paciente pedalando uma bicicleta estacionária ou caminhando sobre uma esteira, enquanto o médico observa ou registra o eletrocardiograma.

Uma outra possibilidade de testar a capacidade do coração é a que se faz administrando-se uma substância radioativa que se fixa no músculo cardíaco.

Se existirem no coração zonas menos irrigadas pelo sangue lá haverá menor fixação do radioisótopo. Por esse teste se pode ver como o coração se move e como o sangue se distribui pelo músculo cardíaco. Pode-se observar com esse teste como o coração se comporta em repouso e ao esforço.

Se a pessoa tiver outras doenças e não for capaz de realizar o teste de esforço físico, poderá ser feito o teste com um medicamento que ative o seu coração e dilate as artérias coronárias. Um eletrocardiograma feito durante o teste fornece as mesmas informações que o teste feito com a esteira ou bicicleta.

Esses testes de esforço ou estresse mostram como o coração está funcionando, mas não mostram o local exato do coração onde se localiza a doença, qual a artéria bloqueada e qual o grau de obstrução.

A fim de esclarecer essa dúvida recorre-se ao cateterismo cardíaco.

O Cateterismo Cardíaco

O cateterismo cardíaco, angiograma ou cinecoronariografia são termos relacionados, ainda que não signifiquem a mesma coisa.

Através da cinecoronariografia podemos analisar as artérias coronárias.

Para a sua realização, um cateter é introduzido através de uma artéria do braço ou perna e é dirigido até o coração onde, pela injeção de um contraste nas cavidades cardíacas, se pode analisar as cavidades e as válvulas cardíacas. Injetando o contraste nos orifícios de abertura das coronárias podemos analisar o seu estado.

O Ecodopplercardiograma

Através desse exame colhem-se informações sobre a anatomia e a função do coração. Para o diagnóstico de doença isquêmica esse exame não tem maior utilidade.

Angiotomografia


Por este método conseguimos estudar os vasos do coração, em três dimensões e se pode obter uma boa informação sobre deficiências circulatórias.

O Que Podemos Esperar desses Testes

Os testes de esforço permitem ao seu médico saber quanto do coração está a perigo ou quanto já foi destruído. Mostra o local e o grau de obstrução de uma artéria e o número de vasos atingidos. Todos esses dados são importantes para que o médico possa fazer um prognóstico baseado na sua experiência. Outro resultado desses exames é o fato de que permitem orientar o tratamento.

Basicamente os tratamentos das doenças de coronárias são de três ordens:

Tratamento médico
Angioplastia
Cirurgia de bypass

Tratamento Médico

O tratamento médico se compõe de medicamentos, medidas dietéticas e medidas sócioigiênicas.

Medicamentos - O seu médico irá decidir qual é o mais indicado para o se caso. Os medicamentos têm efeitos colaterais que podem até agravar uma situação clinica. Existem drogas que são contra-indicadas para algumas pessoas e não para outras e drogas que competem entre si, que têm o seu aproveitamento alterado em função de medicamentos ingeridos para outras doenças. Ouça o seu médico sobre qual medicamento é o mais conveniente para o seu caso.

Recomenda-se tratamento médico para os seguintes casos:

Obstrução de somente uma artéria.
Obstruções menos severas.
Para os pacientes que não tenham crises de angina muito freqüentes.
Para pacientes que foram internados em crise e que responderam bem ao tratamento e repouso realizado durante a internação.

Os medicamentos mais usados são a aspirina, os nitro-derivados e os beta- bloqueadores.

Só use medicamentos sob a orientação de um médico. Um medicamento mal indicado ou mal usado pode até causar a morte de quem o recebe.

A Angioplastia

Assim como no cateterismo, um cateter é introduzido pela coronária até o local onde está a obstrução. No local estreitado, um pequeno balão é insuflado e a parte estreitada é dilatada. Depois se retira o balão e se avalia se o fluxo do sangue se restabeleceu parcial ou totalmente.

Pode-se também deixar no local da obstrução um stent, que é uma pequena mola de metal que é contraída e introduzida até a parte estreitada. Uma vez colocada no lugar certo a contração da mola é liberada, ela se dilata e junto alarga a zona estreitada da artéria.

Benefícios da angioplastia

Alivio da angina
Permite um aumento da atividade física livre de angina.
Permite o retorno às atividades normais.
Menor consumo de medicamentos.
Menos temor e medo.

Possíveis riscos da angioplastia

Piora da angina
Exigir cirurgia de bypass de urgência. Isso acontece em 2 a 5% dos casos.
Infarto do miocárdio durante o procedimento.
Lesão da artéria.
Reobstrução do vaso que foi dilatado. Acontece em cerca de 40% dos casos nos seis meses que se seguem ao procedimento, exigindo nova angioplastia ou cirurgia.
Morte durante o procedimento.

Cirurgia de Revascularização

A cirurgia de revascularização usa uma veia da perna ou uma artéria do peito para fazer uma união da aorta até um ponto além daquele em que a coronária está obstruída, a fim de permitir uma passagem do sangue.

A angioplastia está indicada para os pacientes com obstruções graves, principalmente as da artéria coronária esquerda principal ou nas obstruções múltiplas. Pode ser uma medida de urgência quando acontecem acidentes durante a angioplastia. Outra indicação da colocação de pontes é a de quando os pacientes não melhoram com o tratamento clínico.

A cirurgia de bypass coronário oferece uma boa oferta de sangue para as regiões anteriormente mal perfundidas.

Benefícios possíveis com a cirurgia de bypass

Prolongar a vida.
Aliviar os sintomas.
Aumentar a atividade física.
Permitir o retorno às atividades prévias.
Reduzir o consumo de medicamentos.
Reduzir o medo e ansiedade.

Riscos possíveis com a cirurgia de bypass


Sangramentos, que podem exigir nova cirurgia.
Infecções.
Acidente vascular cerebral.
Formação de coágulos e embolias.
Falência de órgãos, tais como rins, fígado e pulmões.
Infarto do miocárdio.
Morte.

Duvidas:

O que é melhor – Angioplastia ou Cirurgia?

Quem deve decidir isso é o seu médico.

Os dois procedimentos têm a mesma finalidade.

Os dois procedimentos podem melhorar a função do seu coração.

De um modo geral a angioplastia é mais recomendada por ser:

Menos invasiva do que a cirurgia.
Hospitalização mais breve.
Menor custo.
Permite um retorno precoce às atividades.

O que fazer depois da Angioplastia ou Cirurgia de Bypass?

Respostas:


Os dois procedimentos não curam a doença básica, a ateroesclerose.

Os dois procedimentos visam melhorar a perfusão de zonas isquêmicas do coração. Nem sempre essa melhora é de 100%.

Siga as condutas recomendadas para controlar os fatores de risco da ateroesclerose.

Ouça o seu médico, siga as suas orientações.
Tome os medicamentos com regularidade.
Faça dieta e exercícios conforme orientação médica.
Mude o seu estilo de vida, corrigindo o que estiver errado.
Entenda a sua doença, busque informações com o seu médico, pergunte a ele o que está lhe preocupando.
Evite obter informações em revistas leigas ou pessoas leigas. Mesmo as que já passaram pela mesma situação não são fontes fidedignas.
A sua doença pode ser diferente da de outras pessoas embora os sintomas e diagnósticos sejam semelhantes.
Volte ao seu médico quando tiver dúvidas.
Não esconda os sintomas, as alterações de comportamento, as trocas de medicamentos que acontecerem. Comunique-se com o seu médico.
Não faça diagnósticos em você mesmo. Se acontecer algo de diferente pergunte ao seu médico se isso tem algum significado ou não.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Acidente Vascular Cerebral


O acidente vascular cerebral é uma doença caracterizada pelo início agudo de um deficit neurológico (diminuição da função) que persiste por pelo menos 24 horas, refletindo envolvimento focal do sistema nervoso central como resultado de um distúrbio na circulação cerebral; começa abruptamente, sendo o deficit neurológico máximo no seu início podendo progredir ao longo do tempo.

O termo ataque isquêmico transitório (AIT) refere-se ao deficit neurológico transitório com duração de menos de 24 horas até total retorno à normalidade; quando o deficit dura além de 24 horas, com retorno ao normal é dito como um deficit neurológico isquêmico reversível (DNIR).

Podemos dividir o acidente vascular cerebral em duas categorias:

O acidente vascular isquêmico consiste na oclusão de um vaso sangüíneo que interrompe o fluxo de sangue a uma região específica do cérebro, interferindo com as funções neurológicas dependentes daquela região afetada, produzindo uma sintomatologia ou deficits característicos.
No acidente vascular hemorrágico existe hemorragia (sangramento) local, com outros fatores complicadores tais como aumento da pressão intracraniana, edema (inchaço) cerebral, entre outros, levando a sinais nem sempre focais.

Como se desenvolve ou se adquire?

Vários fatores de risco são descritos e estão comprovados na origem do acidente vascular cerebral, entre eles estão: a hipertensão arterial, doença cardíaca, fibrilação atrial, diabete, tabagismo, hiperlipidemia. Outros fatores que podemos citar são: o uso de pílulas anticoncepcionais, álcool, ou outras doenças que acarretem aumento no estado de coagulabilidade (coagulação do sangue) do indivíduo.

O que se sente?

Geralmente vai depender do tipo de acidente vascular cerebral que o paciente está sofrendo: isquêmico? hemorrágico? Sua localização, idade, fatores adjacentes.

Fraqueza:

O início agudo de uma fraqueza em um dos membros (braço, perna) ou face é o sintoma mais comum dos acidentes vasculares cerebrais. Pode significar a isquemia de todo um hemisfério cerebral ou apenas de uma pequena e específica área. Podem ocorrer de diferentes formas apresentando-se por fraqueza maior na face e no braço que na perna; ou fraqueza maior na perna que no braço ou na face; ou ainda a fraqueza pode se acompanhar de outros sintomas. Estas diferenças dependem da localização da isquemia, da extensão e da circulação cerebral acometida.

Distúrbios Visuais:

A perda da visão em um dos olhos, principalmente aguda, alarma os pacientes e geralmente os leva a procurar avaliação médica. O paciente pode ter uma sensação de "sombra'' ou "cortina" ao enxergar ou ainda pode apresentar cegueira transitória (amaurose fugaz).

Perda sensitiva:

A dormência ocorre mais comumente junto com a diminuição de força (fraqueza), confundindo o paciente; a sensibilidade é subjetiva.

Linguagem e fala (afasia):

É comum os pacientes apresentarem alterações de linguagem e fala; assim alguns pacientes apresentam fala curta e com esforço, acarretando muita frustração (consciência do esforço e dificuldade para falar); alguns pacientes apresentam uma outra alteração de linguagem, falando frases longas, fluentes, fazendo pouco sentido, com grande dificuldade para compreensão da linguagem. Familiares e amigos podem descrever ao médico este sintoma como um ataque de confusão ou estresse.

Convulsões:

Nos casos da hemorragia intracerebral, do acidente vascular dito hemorrágico, os sintomas podem se manifestar como os já descritos acima, geralmente mais graves e de rápida evolução. Pode acontecer uma hemiparesia (diminuição de força do lado oposto ao sangramento) , além de desvio do olhar. O hematoma pode crescer, causar edema (inchaço), atingindo outras estruturas adjacentes, levando a pessoa ao coma. Os sintomas podem desenvolver-se rapidamente em questão de minutos.

Como o médico faz o diagnóstico?

A história e o exame físico dão subsídios para uma possibilidade de doença vascular cerebral como causa da sintomatologia do paciente.Entretanto, o início agudo de sintomas neurológicos focais deve sugerir uma doença vascular em qualquer idade, mesmo sem fatores de risco associados. A avaliação laboratorial inclui análises sangüíneas e estudos de imagem (tomografia computadorizada de encéfalo ou ressonância nuclear magnética). Outros estudos: ultrassom de carótidas e vertebrais, ecocardiografia e angiografia podem ser feitos.

Como se trata e como se previne?

Inicialmente deve-se diferenciar entre acidente vascular isquêmico ou hemorrágico.

O tratamento inclui a identificação e controle dos fatores de risco, o uso de terapia antitrombótica (contra a coagulação do sangue) e endarterectomia (cirurgia para retirada do coágulo de dentro da artéria) de carótida em alguns casos selecionados. A avaliação e o acompanhamento neurológicos regulares são componentes do tratamento preventivo bem como o controle da hipertensão, da diabete, a suspensão do tabagismo e o uso de determinadas drogas (anticoagulantes) que contribuem para a diminuição da incidência de acidentes vasculares cerebrais.

O acidente vascular cerebral em evolução constitui uma emergência, devendo ser tratado em ambiente hospitalar.

O uso de terapia antitrombótica é importante para evitar recorrências. Além disso, deve-se controlar outras complicações, principalmente em pacientes acamados (pneumonias, tromboembolismo, infecções, úlceras de pele) onde a instituição de fisioterapia previne e tem papel importante na recuperação funcional do paciente.

As medidas iniciais para o acidente vascular hemorrágico são semelhantes, devendo-se obter leito em uma unidade de terapia intensiva (UTI) para o rigoroso controle da pressão. Em alguns casos a cirurgia é mandatória com o objetivo de se tentar a retirada do coágulo e fazer o controle da pressão intracraniana.

Fonte: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?6

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Aterosclerose

A aterosclerose é uma doença crônica degenerativa que leva a obstrução das artérias (vasos que levam o sangue para os tecidos) pelo acúmulo de lipídios (principalmente colesterol) em suas paredes. A aterosclerose pode causar danos a órgãos importantes ou até mesmo à morte. Tem início nos primeiros anos de vida, mas sua manifestação clínica geralmente ocorre no adulto.
Essa doença pode afetar as artérias do cérebro, do coração, dos rins e de outros órgãos vitais, assim como a dos membros superiores e inferiores. Quando ocorre nas artérias que suprem o cérebro (artérias carótidas), ela pode provocar um acidente vascular cerebral, e, quando ocorre nas artérias que suprem o coração (artérias coronárias), pode provocar o infarto no miocárdio.
A aterosclerose é responsável pela maioria dos infartos cerebrais e de miocárdio, representando 55% das mortes na Europa, é a principal causa de morte nos Estados Unidos da América e no mundo Ocidental. Nas sociedades ocidentais é uma doença quase universal, ocorrendo em todos os indivíduos a partir de certa faixa etária, alguns mais cedo, alguns mais tarde. Acredita-se que cerca de um terço das
mortes ocorrem por doença cardiovascular. Tendo a aterosclerose envolvida em quase todos estes casos. Mesmo universal, a doença pode ter sua velocidade acelerada ou diminuída, conforme a interação entre os vários fatores de risco cardiovascular e a predisposição genética da pessoa.
A lesão básica, chamada ateroma, consiste em placas compostas especialmente por lipídios e tecido fibroso, que se formam na parede dos vasos. Levam progressivamente à diminuição do diâmetro do vaso, podendo chegar à obstrução total do mesmo. A aterosclerose em geral é fatal quando afetam as artérias do coração e do cérebro, órgãos que resistem apenas a poucos minutos sem oxigênio.
Segundo Rang Etal (2007), as lesões evoluem durante décadas e, durante a maior parte deste tempo, são clinicamente silenciosas; as ocorrências dos sintomas sinalizam doença avançada.
A formação de placas no interior das coronárias é a causa de morte mais freqüente depois dos 45 anos nas sociedades industriais. Caracterizando-se, assim, a dimensão social da morbidade. E, neste sentido, o presente trabalho objetiva: conceituar a doença abordando sua etiopatogenia, sintomas, fatores de risco, prevenção e tratamento.




ETIOPATOGENIA



A aterosclerose é causada pelo acúmulo de lípides (gorduras) nas artérias, que podem ser fabricados pelo próprio organismo ou adquiridos através dos alimentos. Ela começa quando monócitos (um tipo de leucócito mononuclear) migram na corrente sanguínea e depositam-se nas paredes arteriais e passam a acumular gorduras, principalmente colesterol, formando as placas ateroscleróticas ou ateromas.
Cada área de espessamento está repleta de umas sustâncias cuja aparência lembra a de um queijo, que é constituída além de matérias gordurosas e o colesterol, pelas células musculares lisas e células do tecido conjuntivo.

Os ateromas podem localizar-se em artérias de médio e grande calibre, mas geralmente eles formam-se nos locais de ramificação das artérias, supostamente porque a turbulência constante nessas áreas lesas a parede arterial, tornando-se mais suscetível à formação de ateroma.









O ateroma roto também libera seu conteúdo gorduroso, dando início a formação de um coágulo sanguíneo (trombo). Do qual pode diminuir ainda mais a luz da artéria ou mesmo obstruí-la, ou pode despregar-se e entrar na circulação onde ele produz uma oclusão (embolia).
As artérias afetadas pela aterosclerose perdem elasticidade e, a medida que essas placas de gordura crescem, as artérias estreitam-se. Eventualmente essas placas podem se compor, havendo o contato das substâncias do interior da placa com o sangue, o que produz a imediata coagulação do sangue, e como conseqüência, a obstrução total e súbita do vaso, o que leva ao infarto do miocárdio.





Fatores de Risco


Estudos identificaram que certos indivíduos têm maior propensão ao desenvolvimento dessa doença. São aqueles que apresentam os chamados fatores de risco para aterosclerose.
Dentre os fatores considerados de risco para se adquirir tal patologia, podemos elencar os mais importantes:


· Idade - a aterosclerose-doença é própria da idade madura. Podendo, porém, ocorrer muitas vezes em pessoas jovens ou mais idosos;
· Sexo – antes da menopausa, a incidência da ATS (aterosclerose) é maior no homem do que na mulher. Depois é semelhante em ambos os sexos;
· Obesidade – o aumento do peso eleva o colesterol sanguíneo, provocando a saída de lipoproteínas VLDL do fígado e conseqüentemente a entrada de LDL; aumentando a síntese de colesterol em todo o organismo;
· Inatividade física – a atividade física é muito importante na prevenção da ATS, tendo efeito contrário à vida sedentária que aumenta o risco da cerca de três vezes mais;
· Hereditariedade – a aterosclerose pode ser hereditária;
· Fumo – a fumaça do tabaco causa lesão endotelial e ativação plaquetária, que são importantes fatores causais da trombose. Responsabiliza-se por esse dano, a nicotina e o monóxido de carbono.O hábito de fumar é considerado um dos principais fatores de risco da ATS;
· Álcool – este, usado como aperitivo em consumo moderado (dois drinques por dia), protege contra a ATS; elevando o teor do HDL (colesterol bom) e abaixando o teor de LDL (colesterol ruim). O álcool dilata os vasos intramiocardíacos, aumentando o fluxo sanguíneo e diminuindo a resistência dos vasos. Se usado em excesso pode causar sérios problemas na saúde, em todas as idades;
· Emoção – a tensão emocional aumenta a incidência de ATS. O estresse emocional provoca vasoconstrição coronária e dor aguda no peito em alta percentagem de pessoas;
· Hipertensão – a pressão alta pode causar infarto do miocárdio ou um AVC (Acidente Vascular Cerebral);Diabetes melito – a ATS é mais freqüente e precoce e mais grave nos diabéticos do que nos não-diabéticos;




Sintomas



A aterosclerose é uma doença silenciosa, com isso, não causa sintomas até haver produzido um estreitamento importante da artéria ou até provocar uma obstrução súbita. À medida que a doença estreita a artéria, o órgão afetado pode deixar de receber sangue suficiente para oxigenar seus tecidos. Os sintomas da aterosclerose variam de acordo com o local de acúmulo e desenvolvimento das placas ateromatosas. Por exemplo:

· Nas artérias coronárias, a aterosclerose pode se manifestar com dores no peito (angina) e diminuição da tolerância aos exercícios (cansaço fácil);
· Na circulação cerebral, as manifestações incluem problemas de raciocínio e de memória, dormências, fraquezas musculares localizadas e até mesmo derrame;Nas pernas, podem ser observados sintomas como dores nos músculos da panturrilha, cicatrização difícil, diminuição dos pulsos e alteração na coloração do local afetado



Tratamento e PREVENÇÃO



Para evitar a aterosclerose, devem ser eliminados os fatores de risco controláveis: níveis sangüíneos elevados de colesterol, hipertensão arterial, tabagismo, obesidade e falta de exercício. Portanto, dependendo dos fatores de risco particulares a um indivíduo, a prevenção pode consistir na redução do nível de colesterol, na redução da pressão arterial, na interrupção do tabagismo, na perda de peso e no início de um programa de exercício. Felizmente, a instituição de medidas para atingir alguns desses objetivos acaba auxiliando a atingir os outros.
Por exemplo, o início de um programa de exercícios ajuda o indivíduo a perder peso, o que, por sua vez, auxilia a reduzir o nível de colesterol e a pressão arterial. A interrupção do tabagismo também ajuda a diminuir o nível de colesterol e a pressão arterial. Para os indivíduos que já apresentam um risco elevado de cardiopatia, o tabagismo é particularmente perigoso, pois o fumo diminui o nível do colesterol bom (colesterol ligado a lipoproteína de alta densidade ou HDL-colesterol) e aumenta o nível do colesterol ruim (colesterol ligado à lipoproteína de baixa densidade ou LDL-colesterol).
O tabagismo também eleva o nível de monóxido de carbono no sangue, o que aumenta o risco de lesões do revestimento da parede arterial e o fumo contrai as artérias já estreitadas pela aterosclerose, comprometendo ainda mais o volume de sangue que chega aos tecidos. Além disso, o fumo aumenta a tendência do sangue de coagular e, dessa forma, aumenta o risco de doença arterial periférica, doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral e obstrução de um enxerto arterial após uma intervenção cirúrgica. O risco de doença arterial coronariana do tabagista está diretamente relacionado ao número de cigarros fumados diariamente.
Os indivíduos que deixam de fumar apresentam uma redução de 50% do risco em comparação àquelas que continuam a fazê-lo, independentemente do período de tempo que eles fumaram. O abandono do tabagismo também diminui o risco de morte após uma cirurgia de revascularização miocárdica (bypass) ou após um infarto do miocárdio. Além disso, o abandono do tabagismo diminui a incidência da doença e o risco de morte em indivíduos com aterosclerose em artérias distintas daquelas que suprem o coração e o cérebro.
Em resumo, o melhor tratamento para a aterosclerose é a prevenção. Quando a aterosclerose torna-se suficientemente grave a ponto de causar complicações, o médico deve tratar as complicações – angina, infarto do miocárdio, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, acidente vascular cerebral ou obstrução de artérias periféricas. Os estudos para o combate, prevenção e tratamento são inúmeros e em todas as partes do mundo por diferentes cientistas. No Brasil podemos citar um estudo realizado pelos Pesquisadores do Laboratório de Fisiologia Celular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), conseguindo desenvolver um composto que poderá servir de base para tratamento e até prevenção da doença, sem a necessidade de procedimentos cirúrgicos ou intervencionistas e sem os efeitos colaterais ocasionados por drogas utilizadas atualmente.

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